Henrique de Carvalho
Finalmente chegamos à cidade de Henrique de Carvalho onde se encontrava sediado, o Comando de sector.
Foi uma curta paragem pois, a tarde já ia adiantada, pelo que fomos informados que o nosso destino seria um lugar chamado Chimbila.
Muita atenção. Era a recomendação dos comandantes de grupo aos seus homens, já que iríamos entrar numa zona de guerra, se é que esta imensa terra não era toda ela uma terra em guerra. Enfim coisas dos inteligentes que a faziam.
Nova paragem desta vez em Dala, pequena localidade considera vila, meia dúzia de casas um machambeiro de alcunha o “coragem”.
Contavam, outros habitantes, que no início da guerra nestas paragens o tal homem fazia frente aos guerrilheiros. Esta figura exploradora das gentes desta zona gabava-se de conhecer lugares que teriam sido pequenos povoados onde ninguém tinha sido poupado dizendo-nos que se um dia quiséssemos construir uma fábrica de botões não faltaria ali matéria-prima. Era na sua venda onde se podia comprara de tudo, desde sapatos até pastilhas Melhoral lugar onde a população tinha sempre uma divida por saldar, mistérios insondáveis e que este escrivã nunca conseguiu desvendar.
Algumas das nossas “missões” foi muitas das vezes servirmos de guarda-costas a este tipo de gente que de aldeia em aldeia comprava as sobras (?) aos locais por um preço irrisório o que levava a revolta de quem assistia, mas nada podia fazer. Estes eram os colonos as vítimas do pós-25 de Abril.
Nesta localidade com piscina natural em umas quedas do rio Dala ficou instalado o comando de batalhão.
Nós ainda tínhamos mais uns quantos km para percorrer até ao nosso destino final.
Os avisos de ter mais e mais cuidado foram intensificados dado que era nestas alturas que os «turras» (1) mais atacavam tentando tirar partido da nossa pouca experiência e nervos.
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